Uma verdade incontestável:

A sociedade vive de rótulos. Quem me dera estar falando das informações transcritas nas embalagens dos produtos, os rótulos que eu digo são aqueles dados às pessoas, baseados em informações fracas, limitadas ou até mesmo inexistentes sobre o rotulado. Todos nós recebemos inúmeros rótulos, baseado na profissão, na religião, na etnia, nas relações pessoais e por ai vai.. Parece que ninguém percebe que o policial, o professor, o negro, a manicure, o budista, a curandeira, o deputado, o indígena e a prostituta são antes de tudo isso, humanos. E que, na maioria das vezes, os rótulos com os quais eles são condenados ( ou presenteados) são parte pouca do que verdadeiramente os constitui. As pessoas são quem elas são, e não a faculdade que fizeram, a cor da pele, o nivel de escolarização e a forma como ganham a vida. E rótulo não acaba, só se adiciona o tal do "ex". Ex-presidente, ex-namorado(a), até ex-amigo. Ou seja, estamos cercados e limitados aos rótulos, muitas vezes sem nem reparar que estamos rotulando ou sendo rotulados, e quanto mais preconceituosa e inflexível a sociedade se torna, menos janelas são alcançáveis aos olhos. E menos visão resulta em menos compaixão, é isso o que queremos? Infelizmente a resposta de muitos para essa pergunta é "sim". E está ai o motivo desse ciclo mesquinho, egoísta e vicioso que somos obrigados a vivenciar.

B.