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O último beijo

  • Beatriz Mouchrek
  • 14 de set. de 2015
  • 2 min de leitura

Poucas coisas são piores do que fazer algo pela última vez sabendo que é a última vez.

Foi assim o nosso último beijo.

Transbordando agradecimento e carinho por tudo que já foi e dor por tudo que nunca será, tudo aquilo que nunca terá a chance de ser.

É muito difícil entender que duas pessoas que se desejam e sabem que se desejam se separem. Dizem que que quando um não quer, dois não brigam, mas às vezes, quando os dois querem, a vida não deixa brigar, ou amar, no caso.

E o término amigável, quando acaba com sentimento dos dois lados, dói mais ainda. Dói porque você não se sente machucado por alguém, e sim machucado pela vida, pelo destino, pela ironia que é finalmente encontrar alguém que vale a pena, mas num momento nada promissor. Não faz sentido irmos cada um pra um sentido depois de tudo que foi sentido.

As comédias românticas e os filmes de princesa nos mostram que o amor supera tudo, que é possível transpor qualquer barreira, é so querer. Infelizmente não é bem assim, pode sobrar amor e vontade, mas faltar tempo, espaço e encaixe.

Em certos momentos não é possível conciliar, somos obrigados a dizer sim para uma coisa e não para outra. E normalmente as viagens marcadas, carreira, ou qualquer outro plano de realização pessoal recebem o tão famigerado sim. E temos que reconhecer que isso tá certo, ninguém pode parar a vida por ninguém.

O amor é inocente, é puro, e muitas vezes não aguenta as pressões que lhe são submetidas.

Amor é bom quando completa, quando é vivido por inteiro, e não quando espalha suas migalhas em meio a milhares de compromissos. Assim perde a graça, perde o encanto.

Dói ser obrigado a jogar no lixo um sentimento tão bonito. O mundo está repleto de amores fracos, sorrisos forçados e amantes que não se suportam, e a gente aqui desperdiçando o nosso... Fazer o quê?

A vida tem dessas... E a única coisa que podemos fazer é aceitar. E desejar a maior felicidade do mundo pro outro, mesmo que não seja com você. Pelo menos não agora, provavelmente nunca


 
 
 

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© 2014 por Beatriz Mouchrek. 

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